Na trilha de interfaces alternativas

Sigo o OSNews há mais de 20 anos, e sempre descubro coisas interessantes ali, embora há muito tempo a maioria dos posts não sejam focados em sistemas operacionais alternativos, talvez porque os mais interessantes – BeOS, SkyOS, AtheOS, Syllable – foram descontinuados, mesmo alguns tendo seus sucessores espirituais como o Haiku.

Mas voltando… embora eu sempre tenha sido usuário de Windows, gosto de ler sobre plataformas alternativas e no OSNews sempre há links interessantes sobre sistemas fora do mainstream, e notícias sobre gerenciadores de interfaces (desktop & window managers) são de longe meus tópicos favoritos, desde que conheci o Linux em 1998 (Revista Geek #3) e o WindowBlinds em 1999 (Revista PCExpert). Além disso, o tema principal aqui no blog é deskmod e afins

NsCDE: Clone do CDE baseado numa ampla modificação do FVWM

Em uma dessas atualizações de feed, em um post qualquer sobre o NsCDE como de praxe verifico a seção de comentários e encontro mais coisas interessantes. Um link leva a outro, que leva a outro, e assim a procrastinação me faz abrir dezenas de abas do navegador com diversos projetos diferentes (os sistemas abordados em si não são novidade pra mim, mas os projetos linkados em sua maioria sim).

Enfim depois esse prólogo padrão venho aqui listar as curiosidades que encontrei com breves comentários/screenshots pra não perder o hábito e porque todo mundo gosta de imagens:

The sad state of Linux desktop diversity: 21 environments, just 2 designs – Opinião sobre a “falta de diversidade” na abordagem dos paradigmas de usabilidade que se tornaram “mais do mesmo” desde 1995 no universo Linux, de acordo com o autor. Contudo, acho que ao menos eles tem variedade de opções e ao contrário de usuários de Windows, que ficam cada vez mais restritos quanto às opções customização. O texto fica realmente interessante a partir da metade, ao falar dos gerenciadores mais old-school e outras plataformas, apenas alguns listados a seguir:

  • wmx e wm2: gerenciadores de janelas que colocam a barra de título e botões de controle na lateral, fugindo do padrão de topo de janela, acho que vi algo assim no Efsane, mas é hoje difícil encontrar qualquer screenshot deste outro gerenciador que mostre isso, pois ele era meio obscuro.
  • MaXXdesktop: continuação do 5Dwm, sendo uma reimplementação do Irix Interactive Desktop da Silicon Graphics, para outros sistemas Unix. Perfeito para nerds de computação gráfica devido ao legado da SGI, o último release foi em 2020, e espero que seja desenvolvido continuamente.
  • NEXTSPACE: esse projeto tem o objetivo de implementar no Linux um ambiente de desktop o mais próximo possível da experiência que o NeXTSTEP proporcionava, pra isso leva a sério em seu desenvolvimento as diretrizes de interface de usuário do OpenStep. É claro que por se basear no sistema da NeXT, tinha que ser a interface mais bonita do mundo.
  • NsCDE: tema gênese deste post, é quase um gerenciador de desktop inspirado no “look and feel” do CDE original, porém na realidade é uma adaptação do FVWM.
  • O The Common Desktop Environment, foi desenvolvido em colaboração entre Sun, HP, IBM, DEC, SCO, Fujitsu e Hitachi, era quase padrão nas estações de trabalho UNIX (HP-UX, Solaris, Tru64, AIX, etc) que essas empresas vendiam nos anos 90s e teve seu código-fonte liberado em 2012.
  • FVWM95: falando neste… segue o link da versão dele modificada para imitar o Windows 9x. Se não me engano, este era o desktop padrão que vinha no “Conectiva Linux Marumbi 5.0”, ou algo assim. Aliás, a primeira vez que ouvi falar do GNU/Linux foi nessa versão, que ainda era derivativa da RedHat, e foi distribuída na Revista Geek em 1998.

Bônus…

Linux Accessibilty: an unmaintained mess – Uma reflexão sobre os problemas de acessibilidade no mundo das distros Linux, pelo ponto de vista de quem mais precisa de implementações eficientes de recursos que são vantajosos para qualquer usuário, deficiente ou não.

Amiga, BeOS, MacOS, OS/2, RISC OS e outras tralhas…

amiwm: gerenciador de janelas para o X (Unix, Linux, etc) inspirado no Amiga Workbench. Alguns anos atrás o ArsTechnica fez uma extensa série de artigos contando a história dos computadores Amiga e da Commodore, da ascensão à queda. Pelo o que vi os posts começaram em 2007, mas até 2018 teve algumas atualizações, o que é compreensível por ser uma plataforma com uma das mais dedicadas comunidades. Aliás, sobre esse sistema tem tantos outros projetos derivativos que vale outro post.

BeOS: the Mac OS X might-have-been: breve artigo à época do lançamento do Windows Vista, resumindo a história do BeOS, que uma década antes da atualização da Microsoft, já tinha capacidade multimídia invejável para os padrões da época, mas continuou desconhecido para muitos. Deixou de ser desenvolvido em 2001, quando a Be Inc. foi vendida para a Palm, mas por pouco não foi adquirido pela Apple, que optou pela NeXT de Steve Jobs. O BeOS é o sistema alternativo pelo qual eu mais tenho admiração desde que o conheci na extinta Revista Geek, que distribuiu a versão R5 PE em 2000.

Macintosh Garden: um repositório de abandonwares para Mac, com muuuita coisa. É o tipo de site que dá vontade de comprar um Mac antigo só pra testar os milhares de programas disponíveis, para diversas gerações dos compuitadores da Apple. Claro que dá para testar via emulação, mas em um sistema original performance e estabilidade são sempre melhores. Ainda assim, navegar o conteúdo do site já é uma prazerosa distração.

Milhares de abandonwares ainda úteis para Macs antigos e geeks curiosos.

Projeto Infinite Mac (System7.app / MacOS8.app / MacOS9.app / Kanjitalk7.app): a oportunidade mais fácil de sentir o look and feel do MacOS clássico é checar esses emuladores de Mac clássico direto no browser. Não testei a fundo, mas aparentemente dá para instalar aplicativos externos desde que se faça o download pelo próprio emulador, mas não deve dar pra salvar as configurações da sessão de uso. Iniciei esse post em agosto, e vi que o projeto está sendo atualizado constantemente, sendo que dia 30 de Outubro de 2022 lançaram o emulador web de PowerPC/OS9.

Tem muita coisa interesante ainda pra descobrir.

Há alguns anos, testei emulação no desktop via Sheepshaver ou Basilisk (não lembro qual exatamente), mas era muito instável e lento, tornando inviável brincar com o sistema. Talvez devido à versão do emulador à época, ou menor suporte no Windows, já que esse emulador surgiu inicialmente no BeOS, e depois foi portado pra Linux & outros. Vale a pena checar o link inicial pois há uma série de outras ferramentas e projetos sobre emulação de sistemas retrô para conhecer.

OS/2 a quarter century on: Why IBM lost out and how Microsoft won: em 2012, ano em que o sistema da Big Blue fez o 25º aniversário, o The Register publicou uma ótima materia que abordava a virada da Microsoft sobre a IBM e porque o OS/2 foi um fracasso e não virou padrão da indústria.

Workplace Shell: galeria de imagens do desktop do OS2/Warp 3, do qual derivam alguns elementos do lançador de aplicativos do CDE graças a colaboração da IBM. Para curiosos e entusiastas de UX/UI, vale muito a pena conferir todo o resto do site GUIdebook gallery.

RISC OS: artigo do The Register falando sobre abertura do código-fonte do RISC OS. Talvez chamá-lo de “exótico dentres os alternativos” seja um exagero de minha parte visto que foi um sistema muito bem sucedido na primeira era da arquitetura ARM. Aliás, na interface dele se baseia o ROX Desktop, um gereciador de desktop bem bonitinho e com idéias inovadoras.

Bônus II: Pra finalizar esse post, deixo uma amostra com esse vídeo mostrando das promessas do BeOS como sistema multimídia muito superior aos demais sistema para desktop à epoca, mas que acabaram interrompidas pela falência da Be Inc. no início dos anos 2000.

Demo das capacidades multimídia do BeOS em vídeo circa 1998.

Há várias teorias sobre as possíveis razões para o fim deste sonho, como o as práticas predatórias da Microsoft quanto as restrições de licenciamento para OEMs, o foco errado da Be Inc em nichos de mercado, marketing e tipo de usuário, dentre outras. Mas a única certeza que se pode ter é que a venda para a Palm sem um destino claro da tecnologia e sem uma abertura de código, foi o fim efetivo de qualquer esperança de reuso das capacidades do sistema original. Algo que certamente afetou a concorrência de mercado, atrasou a adoção do multiprocessamento em PCs comuns e impediu uma evolução mais positiva e diversa no mundo dos sistemas operacionais para usuários finais.

Winamp dando sinais de vida…

Largado às traças desde 2013 (v5.666), o adorado Winamp, player que em Abril fez 25 anos de existência e uso desde 1999 aparentemente deve voltar a ativa finalmente. Desde 2014, quando a Radionomy comprou o player da AOL, depois que esta cessou o desenvolvimento do mesmo, havia uma vaga esperança de que ele tivesse um destino digno, diferente do que ocorreu com o Sonique, vários anos antes.

Mas no ano seguinte à aquisição, a Radionomy foi comprada pelo conglomerado Vivendi, e o que ocorreu depois foi mera estagnação, com uma landing page que não dizia muito, apenas criava uma falsa expectativa de progresso, ampliada depois que um beta “vazou” em 2018 (v5.8).

Desde então eu não pensei em procurar alternativas para substituí-lo, pois pra mim, o Winamp é o player definitivo. Alguns plugins que julgo essenciais só funcionam com ele, coisas simples mas que melhoram bastante o áudio, e também tenho uma coleção com centenas de skins, na maioria clássicas, que são desde quando comecei a usá-lo, há mais de 20 anos. Gosto também da velocidade, leveza e interface objetiva. Eu não diria simples, já que tem muitas opções, mas mesmo essa flexibilidade de personalização é feita de modo intuitivo e organizado.

Primeira skin que me recordo de ter baixado pro Winamp, lá em 1999. Stainless v2.0 (Lançada em Dezembro de 1998!). No início de 2021, consegui reencontrá-la, depois de vários anos…

Eis que em Novembro de 2021 surge um chamado dos desenvolvedores para usuários interessados em participar como beta-testers para a próxima/nova versão do player. A tal nova versão já foi anunciada pelos “coming soon” em outras ocasiões, em 2016, 2018, etc.

Nesse meio tempo, ocorreu que a melhor substituição que achei pro Winamp, foi o próprio Winamp! Ou melhor, um “fork” dele, chamado WACUP, que é um patch da versão 5.666, com alguns recursos obsoletos ou desnecessários removidos, outros adicionados ou melhorados, além de correções de bugs. Foi importante achar essa alternativa, porque a versão oficial que eu usava (5.6x ou anteriores) não estava mais fazendo o scan completo da minha biblioteca, que com mais de 28 mil arquivos sempre travava sem conseguir indexar tudo, o que era frustrante. Enfim, recomendo totalmente aos orfãos do Winamp original testar a estabilidade do WACUP, mesmo ele sendo um eterno beta/hack.

Claro que existem outros players com mais recursos ou diferenciais tentadores, e com skins muito boas e nesses anos todos testei muitos, mas não explorei muitos plugins DSP e outros, com esses players, e nunca os utilizei com intuito de substituir o Winamp, e sim pelo hobby de fuçar esses apps e de vez em quando variar no visual do desktop (afinal, o tema maior nesse blog sempre foi deskmod).

Em um post futuro vou abordar alguns dos principais que testei com mais frequência, e ainda vou falar sobre os anteriores ou contemporâneos ao player da lhama, que me chamaram a atenção, mas não o superavam!

Novo logo do Winamp.

Este post começou a ser escrito há meses, e tanto tempo passou que hoje saiu uma “atualização” do Winamp oficial: versão 5.9 Build 9999 RC1 (Release Candidate) / Release Notes. No entanto, não parece ter relação com o prometido “beta”, e sinceramente não tenho curiosidade nenhuma em testá-lo, pois apesar de ser uma versão com correções de bugs (e recursos inúteis removidos), acabou introduzindo uma série de incompatibilidades com plugins, e alguns recursos não estão funcionando, e o WACUP tem melhorias de UX/UI que o oficial não possui.

Embora até o momento os desenvolvedores não tenham mudado neste recente beta, a interface e usabilidade para algo radicalmente diferente, Darren Owen (dev do WACUP), especulou neste post no Reddit que o novo Winamp deverá ser uma versão “remasterizada” – algo à la Spotify – e se assim for, pode esquecer a compatibilidade com plugins e skins antigas… um grande desperdício de um legado que ainda funciona muito bem até hoje.

Mensageiros esquecidos: Odigo, Gooey, whatever

Dia desses (e de tempos em tempos) eu me lembro de algumas relíquias da internet do início dos anos 2000. Não lembro bem o contexto, mas na semana passada me veio em mente o Odigo Messenger. Isso é tirar do fundo do baú.

Enquanto hoje chat instantâneo é algo onipresente e corriqueiro nas mãos – literalmente – de todos que tenham um smartphone ou mesmo um featurephone que suporte WhatsApp (ou similares), não estamos na primeira, segunda e nem na última batalha entre mensageiros instantâneos. E não me refiro a fase intermediária do MSN, que talvez seja a mais lembrada antes do WPP.

Gooey: too old for me.

Lá no início dos anos 2000 (e desde o final dos anos 90s) havia uma disputa acirrada pelos usuários de programas de chat (app é algo mais recente, claro), nesse período de transição reinava absoluto o ICQ, que surgiu em 1996¹ e hoje é um bicho totalmente diferente, e outros similares como AOL Instant Messenger (1997), Yahoo! Messenger (1998), MSN Messenger (1999) e vários outros que “corriam por fora” como o Gooey, Odigo e até o UOL ComVC (1999)*. Esses dois anteriores tinham uma proposta bem interessante, que era possibilitar o chat entre pessoas que visitavam o mesmo site, independentemente do site prover ou não recursos de chat, já que eram sistemas externos.

Não cheguei a usar o Gooey, pois já em 2000 eles sumiram (passei a ter acesso a web em casa em 2001), mas o Odigo cheguei a experimentar entre 2001/2002. Lembro vagamente como funcionava, dependia do Internet Explorer (acho que também era compatível com Netscape) e não lembro se tinha algum controle ActiveX ou algo parecido para fazer a ponte entre o programa e o navegador, já que nessa época as extensões para navegadores não eram como hoje.

Site do Odigo, já em meados dos anos 2000

Ele funcionava de maneira parecida com os demais programas de bate-papo, como ICQ e etc, você tinha uma lista de contatos que podia salvar, mas poderia conhecer outras pessoas usando uma sala de bate-papo com visitantes aleatórios. O interessante é que esse recurso chamado People Finder funcionava como um radarzinho que fazia um scan no site que você visitava, e criava uma chatroom relativa ao site ou de acordo com os interesses que o usuário informava no cadastro, assim certamente o ideal era visitar sites populares, já sites obscuros certamente não teriam gente online, pois o Odigo não era um serviço dominante, embora tenha sido razoavelmente popular no Brasil.

Na época experimentei esse recurso usando algum portal como Terra ou UOL, conversei com algumas pessoas, foi legal e tal, mas não recordo nada além… tirando isso não tinha gente que eu conhecesse pessoalmente que utilizasse o serviço. Daí me pergunto: se ninguém que eu conhecia usava esse troço, só eu acho que sou o geek mais curioso da minha época de adolescência?

Cheguei a reinstalar algumas vezes depois só pra fuçar, eu realmente amava a interface dele. Era muito diferente do outros programas da época. Não lembro se suportava skins, mas ele tinha um visual já bastante peculiar. Nesse período acho que os programas de chat que suportavam temas eram o Trillian (que também era inovador por ser multiprotocolo² em uma época em que gigantes como AOL já torciam o nariz – 2000) e um tal de ICQ Plus (que eu nunca cheguei a testar).

Aliás… falando de interface e visual interessante, achei um instalador antigo dele (em alemão) e resolvi instalar para ver se seria possível ver a interface mesmo sem pode conectar… e não, não dá, pois obviamente a primeira coisa que o programa pede é para logar/registrar. Mas aproveitei para ver os arquivos de instalação e extrair avatares, splashscreens e os efeitos de som (pacote original que carreguei no 4Shared). Tem também esses que achei no SoundCloud. A seguir, o som de início do Odigo… nostalgia feelings

Procurando imagens para esse post acabei descobrindo alguns desses links que estão no texto, mas também outras coisas curiosas, como alguém procurando informações sobre o Odigo em 2007 (não sou o único), um desenvolvedor com um projeto para ressuscitar o serviço em 2014, um vídeo tributo de alguém que fez parte da empresa na era de ouro do software, um comparativo com os outros programas de chat líderes, em 2001, um portal que lista sistemas diversos de “presença virtual” (e que fiquei curioso para vasculhar as velharias e eventuais “novidades”), um site com formulário para login/registro sobre um duvidoso revival/clone/extensão (ou qualquer coisa parecida em 2019), que eu preferi não arriscar e supreendentemente, menções sobre uma mensagem de aviso que funcionários da empresa em Israel³, teriam recebido 2 horas antes dos atentados de 11 de Setembro de 2001.

No mais… o software foi descontinuado há mais de 15 anos, sendo a última versão de meados de 2004, mas aparentemente ainda funcionou até 2007 (eu acho que a última vez que mexi foi em 2003/2004 mesmo).

¹Nota de rodapé: antes do ICQ em 1994 John McAfee fundou a Tribal Voice, que criou o PowWow. Talvez o mais próximo de um fóssil de mensageiro instântaneo nos moldes do ICQ. Lembrando aqui que não cito no texto serviços como o IRC (1988) porque eles partem de um princípio diferente: chat em grupo > chat privado.

GUI do PowWow

²O Odigo também já era multiprotocolo! E junto ao Trillian (que adicionou o recurso em Novembro de 2000) não eram os únicos, havia também um tal de Imici… Isso bem antes do Meebo, IMO, Nimbuzz, etc. Mais info sobre o Trillian: https://www.wikiwand.com/en/Trillian_(software) / E sobre multiprotocolo: https://www.wikiwand.com/en/XMPP

³Com forte cenário para empresas do setor de tecnologia, de Israel também surgiram a Hypernix (Gooey) e Mirabilis (ICQ).

*E sobre o cliente do UOL… bom, nunca usei, mas não deve ter sido bom né. Em 2006 eles lançaram um cliente Jabber, sem relação com o anterior, que tinha um interface simpática, ao contrário do ComVC que era triste e simplório, mas coerente com o padrão da época.

Testando programas velhos no VirtualBox

No pouco tempo livre que ainda tenho pra me dedicar ao deskmod – ou pelo menos ao review de alguns programas – resolvi pegar uma parte deste fim de semana pra limpar o hd, e testar rapidamente alguns programas antigos. Desde o último ano estou mais focado na faculdade de Arquitetura & Urbanismo, em computação gráfica, e coisas do gênero. Esse ano é decisivo pra mim, e infelizmente, vou continuar em ritmo lento com o PixNix. Nunca deixei de lado a paixão por deskmod, mas o dever me chama… 😀

Enfim… Sobre os reviews… são verdadeiras tralhas que estão empilhadas no disco rígido há 2 ou 3 anos (mais tempo no caso de alguns aplicativos). Muitos programas sequer funcionam no Windows 7, e embora possa não fazer muito sentido eu testar programas antigos às vésperas do Windows 8, sei que ainda há um público fiel ao Windows XP, e que talvez ainda continue com o sistema por pelo menos mais um ano.

Bom, alguns desses programas que eu falarei rapidamente no próximo posta até podem funcionar no Windows 7, mas realmente não estou muito interessado em “sujar” meu sistema com os resquícios deles :D.

misc-vbox3g

Há um tempo atrás eu costumava usar o Altiris Virtualization Solution pra testar programas sem alterar o sistema operacional, mas como ele não funciona no Windows 7, o jeito é usar uma abordagem mais radical: VirtualBox. É um programa poderoso que permite executar outros sistemas operacionais dentro do sistema atual, ou seja, Windows dentro de Windows, ou Linux, ou Mac, ou Solaris, etc. Atualmente tenho tanto o Windows XP quanto outra instância do Windows 7 instalados, e da pra fazer muito mais coisa, como testar o ReactOS, AROS, Syllable, Haiku sem medo, dentro do Windows.

Mas vamos deixar de papo e esclarecer que no próximo post publicarei breves reviews dessas velharias que ainda tem SIM utilidade pra muita gente.

Ouvindo :: Creedence Clearwater Revival – I heard it through the grapevine
Humor :: apático/indiferente

Seleção de posts do MakeUseOf sobre ambientes de desktop para o Linux

A primeira vez que ouvi falar do Linux foi em 1998, na extinta Revista Geek (#3), quando distribuiram o Conectiva Red Hat Linux 5.0 (Marumbi). Esse foi um dos meus principais ingredientes de interesse pelo hobby do deskmod, pois ali tomei conhecimento da variedade de ambientes de desktop existentes, e especialmente da possibilidade modificar aparência da interface através deles.

Confesso que, no entanto, até hoje não encontrei uma distro que me convencesse a usar o Linux como sistema secundário. Isso mesmo, secundário porque apesar dos pesares do Windows – de que todo mundo fala (muitos falam só porque parece legal falar mal do sistema) – a falta de padronização dos pacotes de instalação, o excesso de distribuições e a dificuldade de instalar/usar certos programas pesam bastante na minha escolha. Falo isso como um usuário típico, que arriscaria instalar o Linux pra uso diário, mas que não quer ter dor de cabeça com questões técnicas.

A tal “comunidade” precisa entender que para ganhar espaço no mercado de desktops (mais market share), precisa prestar mais atenção nas questões de usabilidade e na padronização, pois 90% dos potenciais usuários não vão querer instalar programas compilando pacotes -tar.gz (tá eu sei que existem instaladores gráficos, apt-get, e o escambau). Enfim, isso é só um exemplo. Por que não investir em mais instaladores tipo drag ‘n drop (OS X, BeOS), ou “Next, Next, Next” tipo os do Windows?

Depois do Windows mesmo, eu só aceito brincar com sistemas como o HaikuOS, Aros, Syllable, dentre outros sistemas alienígenas para a maioria dos usuários. Mas a maior parte dos usuários não acha tão prático brincar no VirtualBox (pra ter uma idéia, meu sistema secundário ainda é o XP).

Enfim, aqui vai uma série de links interessantes sobre gerenciadores de desktop para os fãs do GNU/Linux.

8 Great Alternative Desktop Managers For Linux
http://www.makeuseof.com/tag/8-great-alternative-desktop-managers-for-linux/

What’s The Difference Between Linux Desktop Environments? [Technology Explained]
http://www.makeuseof.com/tag/difference-linux-desktop-environments-technology-explained/

Make Use Of KDE’s Desktop Features: Activities, Widgets & Dashboard [Linux]
http://www.makeuseof.com/tag/kdes-desktop-features-activities-widgets-dashboard-linux/

Enjoy A Clean, Improved Desktop With KDE 4.7 [Linux]
http://www.makeuseof.com/tag/enjoy-clean-improved-desktop-kde-47-linux/

How To Customize Your Linux Desktop With GnomeART-NG
http://www.makeuseof.com/tag/how-to-customize-your-linux-desktop-with-gnomeart-ng/

How To Customize The Ubuntu Boot Splash Screen & Logo [Linux]
http://www.makeuseof.com/tag/customize-boot-splash-screen-logo-linux/

É isso. :d

Ouvindo :: Lush – Olympia
Humor :: a bit sad

Clientes Twitter (Parte 5): Seesmic Desktop e TweetDeck

O TweetDeck é um dos mais populares clientes, e permite acesso a outras redes também. Por padrão vem com uma interface que separa as mensagens em várias colunas, mas você pode usar uma coluna só também, e ampliar os espaço na tela. Na minha opinião ele é mais lento pra atualizar os tweets que o Mixero, e eu prefiro a organização da interface do Seesmic Desktop e do Mixero também. A interface padrão usa um tema escuro, mas dá para mudar para algo mais claro, ou personalizar.

twi-tweetdeck

Além disso o TweetDeck já vem integrado a diversos serviços úteis para encurtar urls e enviar publicar imagens por exemplo. O modo como ele notifica as mensagens quando não está em primeiro plano também é um recurso interessante.

twi-seesmic

Assim como o TweetDeck, o Seesmic Desktop separa por padrão a interface em colunas, mas você também pode reduzí-la à uma coluna, de modo muito mais inteligente, pratico e visualmente melhor que no TweetDeck. O Seesmic Desktop (que é o cliente original do Seesmic, baseado em AIR) tem a melhor interface na minha opinião, mas parece carregar um ou outro item mais lentamente que no mixero. Acho que o modo com que alguns clientes lidam com a API do Twitter impede que eles tenham algum tipo de cache inteligente. Burrice minha a parte, digo isso porque observo que o Seesmic geralmente carrega foto a foto, mesmo quando elas são do mesmo usuário. Se houvesse algum tipo de cache, ele carregaria tudo de uma vez certo? Especialmente se você observa sua própria timeline. Talvez seja o Air. Sei lá, não sou programador.

De qualquer modo, descrevendo o seesmic, ele separa bem as funções na interface, permite organizar listas de usuários, visualizar perfis individualmente, inclusive com algumas pequenas estatíticas, e tem um notificador mais charmoso e menos intrusivo que o TweetDeck. Fica a escolha, que na minha opinião entre os godzillas deve ser entre o Mixero e o Seesmic Desktop.

Obs: Esse review foi feito sobre versões não tão atuais dos clientes, mas serve como referência para a escolha do seu app preferido!

Ouvindo :: Nirvana – Drain you
Humor :: tenso/preocupado

Análise do Wallpaper Shuffler

Que curte modificar o visual do desktop deve ter centenas, provavelmente milhares de papéis de parede no HD certo? Pois é, acontece isso comigo. Em mais de 11 anos desse hobby, já colecionei alguns milhares de wallpapers que até hoje não consegui catalogar totalmente.

O mais difícil no entanto, pra quem tem tantos papéis de parede, é conseguir usar todos eles, pois fica difícil escolher. Então como fazer? A solução é usar um programa que modifique o plano de fundo do desktop de tempos em tempos. O Windows já tem esse recurso nativo na versão 7 (imagino que desde o Windows Vista, mas eu não o utilizei), mas ele é incompleto, pois você tem que especificar uma pasta, e ele não carrega as imagens presentes nas subpastas. No meu caso isso não é prático, pois não deixo os papéis de parede em um só lugar, eu os organizo por temas, categorias e cores, para combinar melhor com o meu humor. 😀

Uma solução usando o próprio recurso do Windows é criar uma biblioteca só de wallpapers e colocar pasta por pasta nessa biblioteca e nas personalizações de “Plano de fundo da área de trabalho”, adicionar essa biblioteca como a origem dos wallpapers a serem utilizados. Não é tão prático a meu ver, porque não gosto de trabalhar com tantas bibliotecas. Mas é uma solução que pode funcionar dependendo do caso.

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Outra solução, que tenho testado há semanas é o Vistanita Wallpaper Shuffler. Através dele você adiciona as pastas onde estão as imagens que você quer usar, ou até mesmo arquivos individuais. Ele permite configurar o intervalo de tempo para mudar de wallpaper, a posição na tela, e uma opção importante: o método de redimensionamento da imagem, para que ela não pareça “danificada” na tela.

Esses métodos são comuns aos editores de imagens, e o Wallpaper Shuffler permite fazer a escolha entre nenhum método ou none, box, linear, spline, Lanczos ou Mitchell – isto é, do mais simples ao mais refinado. Esses métodos não impedem a distorção da imagem, pois isso depende relação entre a resolução da tela e do papel de parede, mas eles suavizam as bordas e arestas de imagens melhorando a nitidez da exibição.

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Outra opção útil é permitir que o Wallpaper Shuffler modifique o papel de parede sempre que iniciar o Windows e escolher se quer fechá-lo em seguida. Isso é útil se você só quer usar um papel de parede por dia (ou vez que reinicia o computador) e economizar memória, sem que o programa fique em segundo plano.

O intervalo de mudança dos papeis de parede pode ser definido em segundos, minutos ou horas, à sua escolha. E você ainda pode definir se a mudança é aleatória ou se deve seguir uma ordem, de acordo com o diretório. Você também pode definir atalhos para alterar os papéis de parede via teclado na hora em que desejar.

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Há ainda uma pequena supresa pra variar o aspecto das imagens: você pode aplicar efeitos às imagens que serão usadas. São ao todo mais de 40 filtros disponíves, e eles não alteram os arquivos originais, só são aplicadas no momento da mudança do wallpaper. Eu não uso este recurso, mas pode ser interessante. 😀

Ouvindo :: Nada
Humor :: zen/tranquilo