Na trilha de interfaces alternativas

Sigo o OSNews há mais de 20 anos, e sempre descubro coisas interessantes ali, embora há muito tempo a maioria dos posts não sejam focados em sistemas operacionais alternativos, talvez porque os mais interessantes – BeOS, SkyOS, AtheOS, Syllable – foram descontinuados, mesmo alguns tendo seus sucessores espirituais como o Haiku.

Mas voltando… embora eu sempre tenha sido usuário de Windows, gosto de ler sobre plataformas alternativas e no OSNews sempre há links interessantes sobre sistemas fora do mainstream, e notícias sobre gerenciadores de interfaces (desktop & window managers) são de longe meus tópicos favoritos, desde que conheci o Linux em 1998 (Revista Geek #3) e o WindowBlinds em 1999 (Revista PCExpert). Além disso, o tema principal aqui no blog é deskmod e afins

NsCDE: Clone do CDE baseado numa ampla modificação do FVWM

Em uma dessas atualizações de feed, em um post qualquer sobre o NsCDE como de praxe verifico a seção de comentários e encontro mais coisas interessantes. Um link leva a outro, que leva a outro, e assim a procrastinação me faz abrir dezenas de abas do navegador com diversos projetos diferentes (os sistemas abordados em si não são novidade pra mim, mas os projetos linkados em sua maioria sim).

Enfim depois esse prólogo padrão venho aqui listar as curiosidades que encontrei com breves comentários/screenshots pra não perder o hábito e porque todo mundo gosta de imagens:

The sad state of Linux desktop diversity: 21 environments, just 2 designs – Opinião sobre a “falta de diversidade” na abordagem dos paradigmas de usabilidade que se tornaram “mais do mesmo” desde 1995 no universo Linux, de acordo com o autor. Contudo, acho que ao menos eles tem variedade de opções e ao contrário de usuários de Windows, que ficam cada vez mais restritos quanto às opções customização. O texto fica realmente interessante a partir da metade, ao falar dos gerenciadores mais old-school e outras plataformas, apenas alguns listados a seguir:

  • wmx e wm2: gerenciadores de janelas que colocam a barra de título e botões de controle na lateral, fugindo do padrão de topo de janela, acho que vi algo assim no Efsane, mas é hoje difícil encontrar qualquer screenshot deste outro gerenciador que mostre isso, pois ele era meio obscuro.
  • MaXXdesktop: continuação do 5Dwm, sendo uma reimplementação do Irix Interactive Desktop da Silicon Graphics, para outros sistemas Unix. Perfeito para nerds de computação gráfica devido ao legado da SGI, o último release foi em 2020, e espero que seja desenvolvido continuamente.
  • NEXTSPACE: esse projeto tem o objetivo de implementar no Linux um ambiente de desktop o mais próximo possível da experiência que o NeXTSTEP proporcionava, pra isso leva a sério em seu desenvolvimento as diretrizes de interface de usuário do OpenStep. É claro que por se basear no sistema da NeXT, tinha que ser a interface mais bonita do mundo.
  • NsCDE: tema gênese deste post, é quase um gerenciador de desktop inspirado no “look and feel” do CDE original, porém na realidade é uma adaptação do FVWM.
  • O The Common Desktop Environment, foi desenvolvido em colaboração entre Sun, HP, IBM, DEC, SCO, Fujitsu e Hitachi, era quase padrão nas estações de trabalho UNIX (HP-UX, Solaris, Tru64, AIX, etc) que essas empresas vendiam nos anos 90s e teve seu código-fonte liberado em 2012.
  • FVWM95: falando neste… segue o link da versão dele modificada para imitar o Windows 9x. Se não me engano, este era o desktop padrão que vinha no “Conectiva Linux Marumbi 5.0”, ou algo assim. Aliás, a primeira vez que ouvi falar do GNU/Linux foi nessa versão, que ainda era derivativa da RedHat, e foi distribuída na Revista Geek em 1998.

Bônus…

Linux Accessibilty: an unmaintained mess – Uma reflexão sobre os problemas de acessibilidade no mundo das distros Linux, pelo ponto de vista de quem mais precisa de implementações eficientes de recursos que são vantajosos para qualquer usuário, deficiente ou não.

Amiga, BeOS, MacOS, OS/2, RISC OS e outras tralhas…

amiwm: gerenciador de janelas para o X (Unix, Linux, etc) inspirado no Amiga Workbench. Alguns anos atrás o ArsTechnica fez uma extensa série de artigos contando a história dos computadores Amiga e da Commodore, da ascensão à queda. Pelo o que vi os posts começaram em 2007, mas até 2018 teve algumas atualizações, o que é compreensível por ser uma plataforma com uma das mais dedicadas comunidades. Aliás, sobre esse sistema tem tantos outros projetos derivativos que vale outro post.

BeOS: the Mac OS X might-have-been: breve artigo à época do lançamento do Windows Vista, resumindo a história do BeOS, que uma década antes da atualização da Microsoft, já tinha capacidade multimídia invejável para os padrões da época, mas continuou desconhecido para muitos. Deixou de ser desenvolvido em 2001, quando a Be Inc. foi vendida para a Palm, mas por pouco não foi adquirido pela Apple, que optou pela NeXT de Steve Jobs. O BeOS é o sistema alternativo pelo qual eu mais tenho admiração desde que o conheci na extinta Revista Geek, que distribuiu a versão R5 PE em 2000.

Macintosh Garden: um repositório de abandonwares para Mac, com muuuita coisa. É o tipo de site que dá vontade de comprar um Mac antigo só pra testar os milhares de programas disponíveis, para diversas gerações dos compuitadores da Apple. Claro que dá para testar via emulação, mas em um sistema original performance e estabilidade são sempre melhores. Ainda assim, navegar o conteúdo do site já é uma prazerosa distração.

Milhares de abandonwares ainda úteis para Macs antigos e geeks curiosos.

Projeto Infinite Mac (System7.app / MacOS8.app / MacOS9.app / Kanjitalk7.app): a oportunidade mais fácil de sentir o look and feel do MacOS clássico é checar esses emuladores de Mac clássico direto no browser. Não testei a fundo, mas aparentemente dá para instalar aplicativos externos desde que se faça o download pelo próprio emulador, mas não deve dar pra salvar as configurações da sessão de uso. Iniciei esse post em agosto, e vi que o projeto está sendo atualizado constantemente, sendo que dia 30 de Outubro de 2022 lançaram o emulador web de PowerPC/OS9.

Tem muita coisa interesante ainda pra descobrir.

Há alguns anos, testei emulação no desktop via Sheepshaver ou Basilisk (não lembro qual exatamente), mas era muito instável e lento, tornando inviável brincar com o sistema. Talvez devido à versão do emulador à época, ou menor suporte no Windows, já que esse emulador surgiu inicialmente no BeOS, e depois foi portado pra Linux & outros. Vale a pena checar o link inicial pois há uma série de outras ferramentas e projetos sobre emulação de sistemas retrô para conhecer.

OS/2 a quarter century on: Why IBM lost out and how Microsoft won: em 2012, ano em que o sistema da Big Blue fez o 25º aniversário, o The Register publicou uma ótima materia que abordava a virada da Microsoft sobre a IBM e porque o OS/2 foi um fracasso e não virou padrão da indústria.

Workplace Shell: galeria de imagens do desktop do OS2/Warp 3, do qual derivam alguns elementos do lançador de aplicativos do CDE graças a colaboração da IBM. Para curiosos e entusiastas de UX/UI, vale muito a pena conferir todo o resto do site GUIdebook gallery.

RISC OS: artigo do The Register falando sobre abertura do código-fonte do RISC OS. Talvez chamá-lo de “exótico dentres os alternativos” seja um exagero de minha parte visto que foi um sistema muito bem sucedido na primeira era da arquitetura ARM. Aliás, na interface dele se baseia o ROX Desktop, um gereciador de desktop bem bonitinho e com idéias inovadoras.

Bônus II: Pra finalizar esse post, deixo uma amostra com esse vídeo mostrando das promessas do BeOS como sistema multimídia muito superior aos demais sistema para desktop à epoca, mas que acabaram interrompidas pela falência da Be Inc. no início dos anos 2000.

Demo das capacidades multimídia do BeOS em vídeo circa 1998.

Há várias teorias sobre as possíveis razões para o fim deste sonho, como o as práticas predatórias da Microsoft quanto as restrições de licenciamento para OEMs, o foco errado da Be Inc em nichos de mercado, marketing e tipo de usuário, dentre outras. Mas a única certeza que se pode ter é que a venda para a Palm sem um destino claro da tecnologia e sem uma abertura de código, foi o fim efetivo de qualquer esperança de reuso das capacidades do sistema original. Algo que certamente afetou a concorrência de mercado, atrasou a adoção do multiprocessamento em PCs comuns e impediu uma evolução mais positiva e diversa no mundo dos sistemas operacionais para usuários finais.

[Off-Topic] Leela, Katia Dotto e outras coisas que não ouvi

Há muito não sou ligado na cena rock nacional, há muito tempo mesmo, e podem me julgar e o escambau, fato é que normalmente não acompanho o que rola na mídia mainstream brasileira quanto à música (já que em geral não é rock), e quando tem algo que talvez possa me agradar no que se refere ao ritmo, já está tão “hypado” que eu perco o interesse pela saturação absorvida por osmose: aquela música que a gente não procurou, mas ouve por aí em rádio de porta de loja, carro passando na rua, boteco, vizinhança, sugestão de streaming ou spam de mídia social.

Ou seja, o que tá em voga e nunca ouço mesmo, sempre é tralha enlatada (ou estilos que não me agradam), e na cena de rock, durante o hype eu só ouço indiretamente, e com atenção somente depois de uns 5, 10 ou 20 anos depois que saiu, por cursiosidade repentina ou algum gatilho de recordação…

De rock nacional mesmo, apenas passei pela fase clichè que a maioria dos jovens brasileiros nascidos entre a decada de 80 e 90 passou, ouvindo coisas como Legião Urbana, outras bandas oitentistas e afins. Nada de diferentão. Aliás conheci Legião Urbana já bem tarde, por volta de 1995/96, por uma fitinha K7 de O Descobrimento do Brasil. Tinha 11 anos de idade e o que ouvia de rock nacional antes disso tinha sido Raul Seixas, Ritchie e Ultraje a Rigor e coisas que eu não sabia o nome na época. E de rock internacional furei o album These Days do Bon Jovi (pois foi o primeiro CD que tive em 1996) e So Far So Good do Bryan Adams, além de uns LPs de hits pop e new wave quando ainda mais novo.

Daí, dessa época até por volta de 1999 passei a conhecer as bandas de rock brasileiras típicas que a falta de acesso a internet na época permitiam: ou seja, aquelas do eixo Rio/SP e centro sul, algumas que há muito já tinham passado de seu ápice mas das quais os sucessos continuam vivos até hoje, e outras que estavam se consolidando ou em seu auge: Engenheiros do Hawaii, Kid Abelha, Plebe Rude, Skank, Planet Hemp, Pato Fu, Raimundos, Ratos de Porão (claro que esta última nunca estará no mesmo universo das demais).

Além disso, não tinha MTV em casa, então eu lia sobre outras bandas na revista Showbizz (antiga Bizz, que no fim da vida voltou a ter este nome), e na RoadieCrew (quando conheci uns amigos metalheads) e emprestava CDs de amigos que eram de outros estados, mas que moravam em Porto Trombetas (PA). Basicamente eu ia lendo as resenhas de CDs que saiam (nacionais ou não) e anotava na memória pro dia em que eu pudesse ter acesso à web em casa (a partir de 2001, quando passei a usar o já agonizante Napster, depois WinMX e KaZaA).

Por um breve período também havia um serviço de compra de CDs da Editora Abril chamado Musiclub, que não deu certo depois que eles quiseram forçar uma “assinatura” empurrando albuns que não interessavam, mas conheci algumas coisas ali por curiosidade.

No entanto, mesmo com tudo isso, aquelas ondas do hardcore melódico (antes dos emos), rock gaúcho e outras cenas paralelas que apareciam até em programa dominical, eu só passei a “acompanhar pra valer” por volta de 2003, quando me mudei para Santarém, pois lá o sinal da MTV era aberto. Não que eu dependensse da MTV pra isso, mas os downloads que eu fazia em geral não eram de bandas brasileiras, então meu conhecimento sobre estas se concentrava no que via na TV (nunca tive hábito de ouvir rádio).

Nesse período, aliás já desde 1998 pelo menos, eu estava na transição pros resquícios do alternativo gringo noventista, ouvindo Nirvana, Alice in Chains, Pearl Jam, Candlebox, Veruca Salt, Bush, Silverchair, etc. E fui cada vez mais achando aí meu foco de interesse por muito tempo: em geral coisas do movimento grunge e derivativos, stoner rock (Kyuss, Fu Manchu), algo de punk (Bad Religion, NOFX), além de dream-pop (Mazzy Star, The Sundays, Belly).

Também lá por 2000 comecei a ouvir metal, mas ignorando parcialmente a onda “nu-metal”, que só passei a pesquisar de uns 10 anos pra cá. Curtia mais thrash, industrial e um pouco de gótico/doom (que hoje é o que mais ouço), mas aí é coisa pra outro momento, pois mergulhei mais ainda nisso já no fim daquela década, e é verdade que uma vez que você vai conhecendo as vertentes do metal, nada mais é rock pesado o suficiente.

Enfim, a questão é que chegou um momento la no início do século, que eu basicamente perdi a curiosidade em bandas brasileiras. Coisas como Autoramas, CPM22, até acompanhei um pouquinho em suas épocas de maior rotatividade, mas outras bandas cultuadas dos anos 90s como Little Quail and The Mad Birds, Graforréia Xilarmônica, a maravilhosa banda mineira Virna Lisi (a qual conheci já na notícia sobre o fim em 1997 no Alto Falante da Rede Minas – rende outro post), e até bandas mais famosas e pioneiras como Nenhum de Nós, Cidadão Quem e Heróis da Resistência só fui ouvir algo mesmo depois de 2010. Ira! e Capital Inicial por exemplo, até hoje ouvi pouquíssimo, e Paralamas do Sucesso, Titãs e O Rappa eu curtia pouco ou quase nada.

Mas não as desmereci jamais, eu apenas estava em outro momento, que acabou durando muito tempo ignorando as boas bandas brasileiras nas minhas buscas, porque vivendo quase isolado no meio do mato não havia resquício nenhum das bandas alternativas nacionais para transpor a mídia nem mesmo na programação da madrugada da MTV. O streaming de música era incipiente, a capacidade de viralização era escassa e o YouTube só surgiu em 2005, mesmo ano em que passei a descobrir coisas pelo Last.FM, então concentrei minha curiosidade nas coisas que estouraram lá fora nas cenas de britpop, grunge, shoegaze, etc ainda da década anterior. Como sempre, passando a escutar tudo com atraso, mas agora por vontade simultânea ao desinteresse pelo hype.

Toda essa história irrelevante pra compartilhar uns links interessantes. Ontem quase por acaso lembrei de uma banda carioca independente chamada Pólux (e/ou Polen?), que terminou ainda em 2001. Lembrei deles por uma reação em cadeia, após ter visto Pedro Bial entrevistar uma banda curitibana que está no “super hype mainstream” atualmente (com uma música chata pra caralho), e em certa parte da entrevista outros participantes falavam da cena curitibana e citaram o Relespública, que é das bandas que eu ouvi falar lá no início dos anos 2000, mas que ficou na minha lista do “um dia vou procurar sobre”. E nada.

Cá estamos 22 anos depois, e nessa pesquisa que fiz sobre eles no Soulseek, me veio em mente o Polux, que vi em uma apresentação em algum programa noturno da TVE carioca, que era um dos 5 canais abertos que tinham sinal em Porto Trombetas sem antena parabólica no início dos anos 2000. Já anos depois eu vim saber que essa banda acabara em 2001, e dela originou-se o Leela, banda de Bianca Jhordão que foi umas dessas que tiveram sucessos la em 2004, mas que eu não dei muita atenção. Contudo “a cada 5 anos” eu lembrava do Polux, queria saber por onde andava a baixista da época e saber se havia algum album antigo (já que eram underground quando acabaram).

Ou seja, a partir de de uma entrevista sobre uma banda com um hit horrível de hoje em dia, tive o gatilho pra pesquisa sobre Relespublica > Polux > Leela e achei varias coisas interessantes:

Polux láááá em 1998?

Polux láááá em 1998?

Havia duas ex-baixistas contemporâneas à época das minhas memórias sobre a apresentação na TVE, mas eu não lembrava o nome. Se trata da Eva Leisz (ou Mariana Eva) que em 2001 tinha uma banda/projeto chamado “mim” (há pouca informação hoje, apenas uns mirrors antigões do site). Conheci o excelente trabalho da Katia Dotto, que também teve passagem como baixista pelo Polux, Leela, e pelo projeto da Leisz. Ouvi e gostei bastante do álbum homônimo do Leela lançado em 2004. Alguns links com perfis e entrevistas relacionadas:

Por fim, ainda na busca pelo Polux, achei o blog “Demo-tapes Brasil“. Um verdadeiro acervo com fitas demo de muitas bandas brasileiras, incluindo várias que guardei os nomes na memória para um dia pesquisar, mas deixei de lado. Coisas como Baba Cósmica, Wry, Walverdes (infelizmente não achei Maybees, Boato, e o The Jerks é outra banda)… Mui grato pela dedicação do Edson Luis de Souza em compilar e manter um histórico importante como esse. Destaque pra demo do Polux, Ex Limo Terrae, de 1998, e o clipe da música que lembro que tocaram na TVE.

Para links quebrados pro album que você quer, basta ir no banner do Mega no canto superior direito dá página.

Clipe beeem demo.

Continuo escutando as coisas com anos de atraso, muitas vezes bem após as bandas encerrarem atividades, mas esses achados me fazem “mudar o disco” e variar para redescobrir alguns sons que esqueci e ouvir o que tenho perdido nas playlists. Mas admito que não tenho lá curiosidade por muitos artistas em voga hoje. Concluo que meu exercício tende mais a reduzir esse intervalo de atraso entre o momento hype e a fase em que finalmente posso curtir fora do espectro de saturação.

Kanella Pie, em vídeo sem data no programa Caderno Teen (TVE/Rio), provavelmente o mesmo programa em que conheci o/a Polux.

Eu comecei a escrever esse post há uns 2 meses, e deixei em rascunho. Perdi uns links e na “re-pesquisa”, acabei encontrando mais uma jóia com a Katia Dotto, chamada Kanella Pie, que eu não havia prestado atenção em uma das entrevistas linkadas. Na pesquisa sobre, achei um vídeo antigo, publicado pelo baixista Bruno Linhares no YouTube, e coincidentemente, um conhecido da época da escola, que também sempre foi muito ligado em música, havia comentado no vídeo ha 14 anos atrás (época da publicação).

Passados esses dois meses, Daí, considerações finais outras coisas que alimentaram minha curiosidade…

  • Curti bastante o que ouvi do Leela, especialmente o album homônimo e o Pequenas Caixas, de 2007. Além do hit grudento “Te procuro”, algumas faixas que destaco são “Qualquer um”, “Romance fugitivo”, “Refém” e “Mundo visionário”.
  • Achei Relespública bem rockabilly, não é muito minha vibe, mas serve pra escutar bebendo ou trabalhando em modo turbo.
  • Ainda vou ver o que acho de Penélope, que é outra banda por onde Dotto passou, mas só escutei faixas isoladas na época que ficou em evidência, embora já tivesse lido sobre a banda baiana pela Showbizz possivelmente devido à colaboração com os Raimundos. Eu nem imaginei que tivessem terminado ainda em 2004! XD
  • Reescutar Autoramas (banda da qual faz parte Erika Martins, também ex-Penélope)
  • Ouvir o último álbum do Virna Lisi, que parecem ter escolhido ficar na obscuridade já que não tem nada na Deezer/Spotify, mas tem page no Bandcamp.
  • Outros álbuns de “Rock Brasil” de fins dos anos 80 até meados dos 90s: coisas que eram “inacessíveis” devido à divulgação, progresso tecnológico ou minha idade.
  • Relembrar e pesquisar outras bandas nacionais do período de 2000-2010: coisas mainstream que esqueci, ignorei ou nem me liguei sobre a existência, coisas como Rock Rocket, que eu não sei porque mas sempre lembro do nome quando ouço Autoramas. Curti quando conheci, mas deixei de lado.

E considerando que a Katia Dotto parece ser um link maior entre as coisas aqui, mais até que o Leela, será que acho mais coisas do Kanella Pie? Bye.

Aproveitando o hype sobre o Windows 11

Acho que não entendi direito quando a Microsoft dizia que o Windows 10 seria a última versão do Windows.

Eis que o “eleven” vem aí, possivelmente no fim de 2021, época ideal (a partir de Outubro sempre há muitos anúncios e lançamentos) já que é período de festas e, agora ainda vai aproveitar o reaquecimento da economia global “pós pandemia”. O sistema que já vem sendo antecipado há meses, graças à vazamentos diversos de prints e builds das versões em desenvolvimento, e à notícias de engavetamentos de outros projetos (Windows 10X?), promete algumas novidades, mas nada radical, parecendo ser uma atualização mais incremental, o que é compreensível já que a história do Windows 10, ao menos em termos de interface, remonta há pouco mais de 5 anos com o infame Windows 8 (estou ignorando a tendência Metro/Flat/BORING que já existia nas versões mobile anteriores).

Sobre as mudanças mais interessantes do sistema como um todo, seguem uns links (TLDR):

  • O upgrade será gratuito (pra quase todos): mas a exigência de UEFI, Secure Boot e TPM 2.0 será impeditivo para muitos com hardware nem tão antigo assim (há ferramentas para checar a compatibilidade desde já). Além disso, o uso de uma conta local só será possível na versão Pro (que provavelmente terá upgrade pago).
  • O fim do Internet Explorer: já vai tarde.
  • Suporte a aplicativos Android: uma das novidade mais interessantes, especialmente para games. A integração será via Amazon Appstore (e Windows Store), porém como não há acesso nativo ao Google Play Services, apps que dependam disso não serão compatíveis, mas eventualmente, algum hack deve surgir via XDA.
  • Microsoft Store renovada: as alterações me parecem majoritariamente estéticas, mas o tempo dirá se essa atualização é o suficiente, já que por anos Microsoft negligenciou esse recurso, deixando uma parte mal resolvida do Windows.
  • O retorno dos gadgets: os miniapps nativos que haviam sido descontinuados por questões de segurança na era Windows 7, devem voltar como widgets, no lugar dos “Live Tiles”. Eles usarão o WebView2 do Edge (reduzindo o risco que existia nos gadgets antigos), e possivelmente serão distribuidos via Microsoft Store. Não está claro se qualquer um poderá fazer o seu e instalar por fora (sideload).
  • Cantos arredondados em quase tudo (menus, janelas, ícones): além de um visual colorido que pode ser reminiscência (ou inspiração) do Windows XP! Ótimo porque é menos flat que o estilo Metro, e ainda assim não tão “brinquedo” quanto o XP. Esse mesmo link aborda mudanças de usabilidade na ordenação/empilhamento de janelas e na interface e comportamento do Windows Explorer e da área de notificação (que ficou com um estilo mobile ou “meio Android”).

O mais proeminente das mudanças na vindoura versão, e o que de fato sempre me interessou – é assunto principal deste blog – é obviamente a interface. Como já postei anteriormente (e que já mudou de poucos meses pra cá), não são mudanças radicais, mas parecem dar um gás à linguagem visual do sistema para que não se torne datada para os próximos anos, imagino.

Vamos lá: o principal, e tema deste post, é a mudança no menu iniciar e barra de tarefas. Agora o botão iniciar será centralizado, e a barra de tarefas aparentemente menos flexível, algo que pode mudar até o lançamento. Eu particularmente não gostei de como “centralizaram” o botão iniciar, já que ele não fica centralizado na tela, e sim entre a “bandeja do sistema”¹ (termo que não se usa mais, mas é onde fica o relógio e ícones em segundo plano), e a extremidade esquerda da tela.

Entendo que esse posicionamento, e a apresentação de um menu “flutuante” é mais consistente com uma universalização da interface para plataformas móveis, algo que a Microsoft vem testando/otimizando há anos, mas com o qual eu não tenho experiência com o Windows, por nunca ter usado o sistema em tablets e afins.

Porém, minha crítica é: por que não centralizar de fato todo o conjunto? Algo como colocar no centro da tela tanto o botão, quanto o conjunto de itens da área de notificação aka “bandeja do sistema”²? O que me refiro é o incômodo quase de TOC, que causa um botão “centralizado que não é centralizado”. Outra ideia, que talvez seja até melhor do que centralizar os itens da área de notificação junto com o inciar, seria separá-los por extremos, manter o relógio/data à direita, os ícones de notificação/segundo plano à esquerda e o botão iniciar ao centro (com atalhos e tarefas distribuidos centralizados também).

Se é pra causar impressão de mudança, melhor ir logo pra uma abordagem radical (mas não a là Windows 8, é claro).

O problema estético de qualquer ideia assim é se habilitar a exibição de rótulos nos programas em execução na barra de tarefas, pois há uma mistura entre ícones de atalhos e de programas ativos (com o textão do rótulo na horizontal), mas isso dificilmente é vantajoso em telas menores. Ao menos será possível reposicionar os ícones na barra, mas se o foco era centralizar por padrão, acho mais interessante mudar a abordagem.

Quem dera esse fosse o problema mais grave. Há uma falta de flexibilidade gritante: sem pastas de programas ou grupos nomeados, sem flexibilidade do layout do menu, e pior, segundo o post do MakeUseOf: aparentemente, não será possível reposicionar a barra de tarefas na tela! Ela ficara apenas na parte inferior, o que é um absurdo, pois se o argumento sobre a remodelação da barra e do menu é ser em “prol da produtividade”, essa falta de flexibilidade é um retrocesso incabível. O único jeito, até o momento, é via edição do registro.

Pode ser que muitos não achem isso um problema, ou que seja algo ínfimo, mas me ajuda na produtividade por melhorar o meu foco em programas que tem muitas barras de ferramentas e botões. Há anos passei a usar a barra na parte superior da tela, não por uma questão estética, mas porque pra mim é mais conveniente com as aplicações que uso (a maioria gráficos, 3d e CAD).

Se é algo menor, por que remover uma possibilidade que já existia desde o Windows 95? No que afeta a consistência da interface poder reposicioná-la na parte superior, ou nas laterais? Além disso, com a popularização de monitores widescreen, para muitos usuários faz mais sentido manter a barra de ferramentas nas laterais e ganhar espaço em altura de tela! Espero que a Microsoft reveja isso até o lançamento, pois duvido que shells alternativos resolvam isso de um modo que pareça nativo (NextSTART não me parece o melhor substituto por ser muito overkill).

Aproveitando para finalizar, alguém já colocou no Imgur os wallpapers do preview. Alguns muito bonitos, outros nem tanto. Quem sabe esse pacote passe por alterações até o release final.

¹ Tenho a vaga impressão de que nunca mais vi ninguém chamar a área do reloginho assim. Ainda se usa esse termo quando se fala de Windows? Ou ficou na era 9x/XP?

² Eu não chamo essa área de barra de tarefas, já que meu entendimento é que a barra de tarefas (as vezes erroneamente chamada de ferramentas) é onde ficam os ícones de atalhos (antiga “Quick Launch”) e programas em execução direta e de uso imediato, diferente da área de notificação (área do relógio) que é onde ficam os itens de segundo plano, notificações e/ou alguns serviços.

Microsoft e seu improvável tema Aqua para o Windows XP

Encontrei esse link recente sobre algo inusitado da era XP:
https://www.theverge.com/2020/9/25/21456525/microsoft-windows-xp-theme-mac-aqua

A pérola foi descoberta após um vazamento recente do código-fonte do Windows (incluindo várias versões derivadas do NT). Estranho é que eu tenho a impressão de já ter visto esses prints antes, mas provavelmente devido a vazamentos de builds anteriores ao lançamento do XP.

https://www.theverge.com/2020/9/25/21455655/microsoft-windows-xp-source-code-leak

Acho que a Microsoft já tinha sido “criativa” o suficiente quando revelou o duvidoso tema Luna, do Windows XP. O problema é que foi um tema de interface que ficou datado rapidamente em minha opinião. Talvez essa impressão seja favorecida pelo fato de ter sido um sistema que ficou em uso massivo por muito tempo (com suporte mainstream até 2014!). Hoje nem aguento ver algum tema pra Windows 10 que se baseie nele (até o papel de parede causa incômodo), prefiro os temas clássicos “sem sal” mesmo.

Voltando ao “Aqua do XP”: o tema, chamado de “Candy” é bem simplório, modificando apenas botões e barra de rolagem, as bordas de janela lembram mais outros temas da era Whistler (codenome pré XP) e certamente seria apenas uma experiência ou piada interna dos desenvolvedores, pois duvido muito que a Microsoft o teria lançado oficialmente mesmo como parte do “Pacote Plus!” (isso ainda existia na era XP?).

Afinal, em Janeiro de 2000, a Stardock (que desenvolve o WindowBlinds) e o principal portal de customização à época, Skinz.org, foram desencorajados pela Apple (ameaçados de processo) e obrigados a remover skins com temas que imitassem o look n’ feel do MacOS, já que isso infringiria sua propriedade intelectual.

À época, a Stardock precisou remover diversos temas para WindowBlinds e Desktop X, um software de temas completos que ela deixou de desenvolver alguns anos depois. O problema é que muitos desses temas dos quais a Apple reclamava não tinham nada a ver com o visual Aqua. Lembravam mais coisas da época do Appearance Manager do cancelado Copland (outro link aqui). Exemplo a seguir:



Graças a Deus isso não impediu que artistas (modders/skinners) continuassem a criar por anos diversas derivações de todos os temas da era de ouro do MacOS X.

Overview… 2020 pandemic, crypto bullrun, personal stuff…

E eis que mais de 1 ano e meio depois retorno com um breve, pleonásmico, resumo. Em meio a uma pandemia, um novo “bullrun”, o mundo continua suas voltas, o tempo não para.

Acho que vou voltar a atualizar isso aqui com mais frequência, e agora de modo mais pessoal. Talvez isso me dê mais inspiração para postar sobre reviews antigos como eu fazia aqui antes, já que ainda tenho dezenas de programas de “deskmod” (talvez desatualizados hoje, mas muitos ainda úteis) que há muito deixei de ter interessa em postar. Aproveito para dar aquele “purge” no hd!.

Overview…

  • Pandemia, crise global, além de nossos 5+ anos de crise nacional, institucional, etc.
  • Descobri recentemente, há uns 4 meses um problema crônico de saúde.
  • Nada de novo no horizonte profissional, além de um segundo diploma.
  • Estamos, aparentemente, iniciando um novo “bullrun” no mercado de criptomoedas (tema sobre o qual nunca falei aqui, mas desde 2013 sei um tantinho – e não, não aproveitei quase nada disso nesses 7 anos).

De repente posto uns prints dos últimos anos sobre esse último tópico, mas nada de especial, mas acho interessante registrar.

Aliás, essa atualização repentina me veio a mente por estar aqui mais uma vez perdido, procrastinando na Wikipedia, lendo sobre coisas aleatórias (finanças, negócios, cinema, terremoto de Kobe em 1995, subprime mortgage crisis, whatever…), vendo o jornal noturno falar sobre as consequências positivas da eleição de Biden nos mercados americanos, sinais de recuperação recente do mercado brasileiro, embalados pelas notícias de vacinas que tem animando os mercados globais, dentre outras coisas.

Tentando evitar superstições ao escolher um título pro post, organizar as ideias enquanto preciso continuar mais um cad, concluir projetos, estudar, pensar nas tarefas e em coisas pra postar em rede social, ou o que devo escolher pra um portfólio (e quais sites de portfólios), etc. Enfim, mil coisas. E coisas que não vão bem.

Quem sabe atualizar isso aqui, de um modo que eu sempre evitei fazer, que é “blogar” tradicionalmente, enfim, quem sabe isso tudo me ajude um pouco a produzir mais, a me expressar de forma proveitosa, dar sentido a essa desordem que eu não posso mais deixar me dominar, como ocorreu nos últimos X anos.

Enfim, ironicamente, mesmo que esse blog já tenha 14 anos de vida, só agora vejo sentido em usá-lo como um caderno de registros, dessa era, dessa vida. Sem drama, pra isso tenho as poesias, em outros meios.

Chat nostalgia.

https://www.tbray.org/ongoing/When/201x/2019/03/11/Lights-Going-Out

Já deve ter acontecido com todos que estiveram na web nas últimas duas décadas (ou menos até, 15 anos é o suficiente pra entender). A lista de contatos vai se acinzentando. O hábitos mudam, quase ninguém usar IRC hoje (exceto em alguns nichos), e mesmo os mensageiros mais amigáveis (MSN, ICQ, Yahoo! Messenger) perderam a relevância ou desapareceram totalmente.

O sonho de interoperabilidade entre protocolos e serviços simplesmente morreu. Jabber, XMPP, alguém? Me lembro quando havia dezenas de clientes compatíveis com Jabber e que eu não precisava usar o cliente feio do MSN pra falar com alguns amigos, poderia até bater-papo com pessoas que ainda usavam ICQ por volta de 2005, no mesmo cliente que conversava com quem usava MSN, GTalk e até nos primórdios do chat do Facebook.

Claro, surgiram alternativas, novos modos de comunicação mais convenientes para a mobilidade (ou produtividade). Mas até o Meebo era mais divertido que o Whatsapp e similares. IRC então!? Nenhum supera aquela zona divertidas das noites de sexta-feira. XD

Próxima missão…

Próxima missão:

Corrigir alguns deadlinks internos e recarregar as mídias que não aparecem mais aqui. Antes esse blog usava um servidor próprio, quando eu resolvi que não tava mais valendo a pena pagar por hospedagem, fiz um backup, desativei o site e importei os posts do site pra cá, pra minha conta original do wordpress (que fiz lááá em 2005), só pra não deixar o conteúdo textual fora da web, mesmo que por anos.

Agora que o WordPress.com liberou subdomínios .blog, fica mais atrativo e interessante usar, então mudei novamente – agora de volta com PixNix no domínio. Parece bobagem né? E quase é! XD